quarta-feira, 27 de abril de 2011

SENSEI

Existem cinco estados antes de alcançar a perfeição na via do Budô, perfeição que está mais além destes cinco estados. Na tradição secreta (Hi-Den) se faz menção, para definir as diferentes etapas de evolução espiritual, ao simbolismo do stupa (gorín) japonês, constituído por cinco elementos e por cinco figuras geométricas cada uma delas constituindo um meio de identificação entre a forma e sua essência ou entre o homem e a Divindade Universal. Este sistema está ainda vigente em nossos dias para instruir aqueles que se preparam para ensinar.

O ESTUDANTE ( Dangai/ Yudansha)
Até o primeiro Dan, aquele que treina em um dojô não é mais do que um simples estudante, um aluno ainda pouco integrado na vida do grupo do dojô. É durante esse período que se elimina a maior parte dos alunos para os quais o Budô não é a via a seguir. Estes alunos são provados e seu caráter fortalecido. É sobre eles que recai a tarefa de limpar o tatame e o dojô. Durante o noviciado, sua moralidade é submetida a numerosas provas. O Instrutor ou Sensei requer de seus discípulos a igualdade de humor, o silencio, a coragem, a perseverança, a amabilidade, a paciência. É uma etapa durante a qual o corpo é domado e depois moldado. Se aprende a caminhar, a equilibrar-se, a respirar, até chegar a obter uma saúde forte e dinâmica. Até aqui, somente as bases da arte escolhida são ensinadas através da diversidade das técnicas (waza). Como para todo debutante, a percepção (chamada sen) é lenta e baseada unicamente sobre a percepção objetiva dos cinco sentidos, as defesas são realizadas com a força muscular (chikara) e ainda não têm nenhuma coordenação (Iki-Ai)

DISCÍPULO - YUDANSHA SHIDO-IN
No segundo Dan, o discípulo já não é um noviço, posto que voluntariamente aceitou as regras de disciplina e o ensinamento, algumas vezes severos, do Sensei. Aquilo que este ordenar será cumprido por seu discípulo sem que uma palavra de réplica saia de seus lábios. Tal é a lei do Budô, já que uma confiança absoluta deve estabelecer-se entre o Sensei e seu discípulo. O discípulo é elevado do estado bruto da terra até o elemento da emoção, onde o Sensei insistirá a fim de que seja firme diante do medo, da agressividade, da crítica, da timidez e, em definitivo, diante dos sentimentos perturbadores que assaltam ao praticante durante os combates livres (jyu-kumite e jyu-randori).

Quando chegou a purificar (o controlar) suas diferentes reações emocionais, o discípulo recebe uma atenção particular por parte do Sensei. Seu sentido de combate se aguça e suas defesas, esquivas, projeções, etc., são proporcionais aos ataques. Por outro lado, é capaz de se fazer uno com o adversário, partindo ao mesmo tempo que ele, Nesse Grau e para desenvolver seu poder dinâmico (kime) e sua intuição, a prática da meditação (zazen) é indispensável.

DISCÍPULO ACEITO - 
YUDANSHA TASHI
No terceiro Dan, o discípulo é reconhecido e qualificado para que um dia possa chegar a ser instrutor. Ao chegar nesse grau se converte em discípulo aceito pelo Sensei e lhe são confiadas instruções pessoais. Algumas vezes trabalha com o Sensei para demonstrar aos outros alunos certos princípios técnicos. Pode também supervisionar o treinamento dos estudantes menos avançados. Se beneficia de certos privilégios devidos exclusivamente a sua perseverança e a suas qualidades morais. Nos ensinamentos do antigo Budô está escrito que o terceiro Dan não é adquirido senão através de dez longos anos de duro trabalho. Antigamente, um discípulo devia ter um domínio perfeito de sua mente (o elemento fogo) durante a ação.

YUDANSHA KODANSHA RENSHI
Este titulo compreende três graus: quarto, quinto e sexto Dan. Renshi (literalmente instrutor) é uma etapa capital, posto que a partir desse momento o praticante está autorizado a ter seu próprio dojô. Antes de ter adquirido o grau de Renshi em uma disciplina, um professor é incompetente e perigoso. É também a partir deste grau quando um ensinamento lhe é conferido pelo Sensei, concernente aos pontos vitais e a estrutura nervosa do corpo humano.

RENSHI 4º DAN
O grau de Renshi faz de um bom praticante um expert. É aqui onde desgraçadamente (freqüentemente ocorre no Ocidente), por interesse ou por orgulho, muitos se fazem passar por mestres, seja por terem adquirido alguns títulos em campeonatos, seja porque estejam em regiões pouco informadas sobre o verdadeiro Budô. Alguns Renshi se inclinam para o ensinamento e outros para a competição. Sem dúvida, tanto uns como outros devem treinar sobre outros níveis de consciência e desenvolver neles KOKORO, um estado de espírito perto da Facilidade, onde toda ação é percebida na unidade da essência universal. É a partir deste grau e unicamente se são dignos que lhes podem ser revelados em profundidade certos ritos ou técnicas espirituais (himitsu) com vistas a uma integração mais profunda entre a alma e a personalidade. Sem este esforço de integração a personalidade pode degenerar pelo desejo de poder, o que ocorreu com numerosos experts japoneses que chegaram a Europa.

RENSHI 5º DAN
Tal expert possui (ou deveria possuir) o domínio de sua personalidade constituída por um corpo físico por um corpo emocional e por um corpo mental. Quando esta triplicidade é purificada e alinhada uma fusão pode ser realizada com os planos de consciência espirituais, a fim de acender a esse estado que os japoneses chamam Iro-kokoro. Alcançando este objetivo, o Renshi percebe o fim verdadeiro de sua vida e o plano subjacente na vida universal. Sua vontade própria é então substituída pela vontade divina, onde a sabedoria universal ordena e dirige, pela lei e o Verbo, a criação inteira. Esta entrada na corrente ascensional lhe permite experimentar certas experiências espirituais.


RENSHI 6º DAN
Há muito pouco a dizer sobre este grau, senão que este aumenta sem cessar o domínio da arte pelo domínio de si mesmo, e muito numerosos são aqueles que deveriam sentir vergonha de semelhante comportamento.

YUDANSHA KODANSHA KYOSHI
Este título é concedido aos sétimos e oitavos dans. Não é nem técnico nem honorífico, mas corresponde a um grau de perfeição interior. Raros são aqueles que alcançam estes graus e somente um autêntico Mestre pode discerni-los, é dizer, um Mestre com visão interior que ultrapassou o mundo das aparências e passou por todas as etapas anteriores.

No estado de kyoshi não existe nenhum espírito de vingança, de luta, de cobiça, de crítica, de agressividade, de mentira, de preguiça nem de debilidade. O bom grão, por inumeráveis sofrimentos e duros esforços, é separado da discórdia. Tal personagem não é utopista, idealista ou extremista, ao contrário, é profundamente realista, percebe os conflitos humanos e decidiu remediá-los. Mesmo assim está muito longe de ser um sábio, o Kyoshi cavou um abismo entre ele e o mortal comum. Tais seres existem e trazem amor, conhecimento e luz para a humanidade. Um plano de experiência interior. É por isso que um Kyoshi não falará jamais sobre si mesmo e não fará jamais ostentação de sua maestria ou de seus títulos, se os tem, já que numerosos são os que chegados a este grau, desdenharam os dans, demonstrando assim sua verdadeira identidade espiritual.

YUDANSHA KODANSHA HANSHI
Hanshi é um título honorífico dado aos Mestres por seus alunos em sinal de respeito, equivalente aos Mestres de nonos e décimos dans, já que jamais um verdadeiro Mestre se atreveria a tal honra. O hanshi não pode ser etiquetado. Algumas vezes silencioso, outras ruidoso, doce hoje, duro amanhã, se adapta com justiça a todas as circunstancias e trata em perfeita harmonia com toda manifestação vivente. O hanshi pode ser comparado ao guru hindu, ao qual os discípulos confiam suas vidas incondicionalmente. O hanshi, sendo um homem divino, se aproxima do estado puro da divindade. Seu conhecimento não é intelectual, mas irradiado de seu eu espiritual superior. O shihan domina a vida temporal pela espiritual, assim é dado a estes seres conhecer os pensamentos de outros, curar por imposição ou por oração e dominar todo obstáculo destruidor.

Muitos detalhes estão presentes num combate real, dos quais seis são principais:

1- METSUKE..
2- MA AI.
3- KAMAE.
4- MA

5- TSUKURI.
6- ZANSHIN.

1 – METSUKE (Olhar)
Em condições normais, defronte ao adversário, deve-se ficar o olhar num dos olhos do oponente para enxergar desde o topo da cabeça até a ponta dos pés perfeitamente. Nos treinos normais, deve-se sempre manter o corpo em perfeito equilíbrio e exercitar o olhar sempre, evitando “passear” com o olhar pelo corpo do oponente.

2 – MA AI (Distância)
Diz-se MA AI sobre a distância que o separa do oponente. Normalmente avançando meio passo, se encontrará em condições de desferir um golpe. É considerando-se isso, existem a distância curta e a distância longa.

3 – KAMAE (Posição de guarda)
Existem vários KAMAES no Karatê, cada um com suas próprias qualidades e aplicáveis em determinadas situações. Estude todos os KAMAES e suas aplicações cuidadosamente, sejam em KATAS ou combinados.

4 – MA (Timing momento de ação)
Capacidade de ação e reação no momento e tempo exatos, tanto para ataque ou defesa. Executar qualquer ato fora deste espaço de tempo será executar trabalho desnecessário.

5 – TSUKURI (Técnica de atrair o adversário – armadilha)
Estratégia criada com a utilização das técnicas citadas anteriormente como: KAMAE, MA AI, MA, criando situações para enganar o adversário de forma a que se possa tirar vantagem do mesmo.

6 ZANSHIN (Espírito aberto)
Condição ou capacidade de manter o espírito atento após o ataque ou defesa, deixando de criar com isso, para o adversário, alguma chance de ação ou reação.

Koji Takamatsu.

sábado, 16 de abril de 2011

Anko Asato

Anko Asato (em japonês: 安里安恒 Asato Yasutsune/Ankō?) foi um mestre da caratê, nascido em 1827 e falecido em 1906, natural de Oquinaua. Por direito hereditário, era o senhor da vila de Asato, sendo da classe Tonochi, foi conselheiro dos últimos reis de Ryukyu e primeiro mestre de Gichin Funakoshi[3].
O mestre fazia parte do pequeno círculo que formatou as bases do caratê moderno, grupo este que contava com Sokon Matsumura e Anko Itosu. Ele considerava que o caratê deve ser adaptável e dava maior relevo às técnicas de esquiva e movimentação — Tai sabaki —, pois as defesas com mão e pés perante um espada são de pouca ou nenhuma eficácia, dizendo que um carateca deve saber bloquear e desviar, conforme a situação que se lhe apresente, e que a estratégia vem sempre antes da ação, como Sun Tzu escreveu em A Arte da Guerra, do qual citava o asserto: "conhece-te a ti mesmo e a teu inimigo".
Também considerava que o caratê é uma arte marcial mortal, sendo assim um carateca tem por obrigação ser prudente, pelo que dizia: "as mãos e pés de qualquer um bem treinado em caratê são como espadas: podem matar com um simples toque".
No escopo de demonstrar a congruência de seu ponto de vista, Asato desafiou o mestre espadachim Yorin Kanna[a] para um duelo. Dizem que Asato, apenas com as técnicas de esquiva, conseguiu subjugar ao mestre Kanna, não uma mas várias vezes.[carece de fontes?] Sabe-se que treinou esgrima do estilo Jigen-ryu.
Quando em 1879, o Japão anexou Oquinaua e forçou Sho Tai a abdicar do trono, removendo-o até Tóquio, onde se fixou e recebeu um título da alta norbreza japonesa, muitos dos nobres de Oquinaua seguiram seu rei e se foram viver no exílio, um daqueles nobres era Anko Asato. Consequência disso foi que o mestre parece não ter mais feito grandes contribuições para o caratê. Outra possibilidade para sua "invisibiliade" pode ter residido no fato de ser considerado um dos nobres que se mostraram simpáticos à causa japonesa, razão pela qual se tenha ido viver no exílio, haja vista não mais encontrar ambiente favorável em Oquinaua.
O mestre parace não ter deixado muito a legar, mas há notícia de que tenha praticado e influído nas formas dos katas Kushanku e Bassai e que tenha desenvolvido técnicas de engodo, cujo mote era desviar a atenção do adversário, para abrir sua guarda e aplicar um golpe definitivo. Dizia ele: "se queres chutar, primeiro acena co'as mãos".

Anko Itosu

Biografia

Nascido em 1831, no seio de uma família tradicional, Anko Itosu era uma criança de comportamento introspectivo e de pequena estatura; quando adulto, sua altura era de 1m55, aproximadamente. Foi educado nas letras clássicas chinesas, tornando-se calígrafo naquele tipo de escrita.
Dotado de educação de qualidade, Itosu obtém ingresso no serviço público de Oquinaua. E, por recomendação do grande amigo Yasutsune Asato, passou ocupar o cargo de secretário do último rei de Ryukyu, Sho Tai, até a deposição daquela linha dinástica, em 1879, pelo Japão.
O mestre começou seu treiamento de caratê, que na época ainda se nomeava de To di, ou Toudi ou To-de, sob a tutela de Nagahama Chikudun Peichin. Em continuidade, foi aluno de Kosaku Matsumora e, eventualmente, seus estudos de caratê conduziram-no ao dojô de Sokon Matsumura, que na época já se tinha tornado amigo de seu pai. Um aspecto do treino era a makiwara.
Empregou grandes esforços para fazer de sua arte marcial aceita no Japão, o qual era muito resistivo por dois motivos, principalmente: como Oquinaua era uma ilha em sua maioria habitada por pescadores e agropecuaristas (muito distantes do ideal samurai), não era vista como origem de uma arte marcial verdadeira, e porque o To-di era fortemente influenciado pelo kung-fu chinês, era visto com preconceito no reino japonês.
Após a anexação, buscou a paz e colaborou com o imperador Meiji.
Posto que tenha (de certa forma) fracassado no intuito de difundir o caratê por todo o Japão, suas ideias floresceram e vingaram depois com seus discípulos, diretos e indiretos. Teria sido do meste Itoso a alteração do nome To-di (mão chinesa) para kara-te (mão vazia), a qual foi levada a termo pelo mestre Gichin Funakoshi, logrando êxito na difusão da arte, não só no Japão mas no mundo inteiro. Atribui-se o insucesso do mestre ao fato de, em sua época, o caratê ainda ser visto como sendo de forte influência chinesa e, porque as relações entre Japão e China sempre tinham sido muito ásperas, não era bem visto. De certo modo, Oquinaua era visto como uma terra estrangeira.
Investigando o caráter de Itosu, descobre-se que ele foi uma espécie de figura paterna para os seus alunos, enquanto que, fisicamente, possuia um peito largo como um barril, tinha uma longa barba e possuia uma grande força interior. Itosu era imensamente cauteloso, reservado e mantinha em seu dojô em Kubagawa uma disciplina espartana.
Em 1901, o mestre, na sua tentativa de difundir o caratê por todo o Japão, passou a ensiná-lo na escola de ensino fundamental de Shuri Jinjo e na de ensino médio Dai Ichi; em 1905, em Oquinaua.

 Contribuições

Pela concepção de artista marciail que Itosu possuía, ele concluiu que numa luta a pessoa não precisa mover-se muito, e desviar dos golpes, mas, ao contrário, deve ser capaz de absorver e assimilar os mais duros golpes. Isso divergia da visão de Anko Asato, que pensava serem as mãos e os pés equiparáveis a lâminas e que o contato com o oponente devia ser evitado a qualquer custo. Comentavam sobre essa visão Choshin Chibana, que dizia que Itosu tinha um soco muito potente, e Sokon Matsumura acrescentava que, sim, Itoso tinha um soco poderoso, pero não era capaz de atingí-lo.
De qualquer forma, Anko Itosu, por todos os seus esforços e contibuição de modo a simplificar e sistematizar o ensino do caratê, é considerado como o "Pai do caratê moderno". Ele pensava que o modo como se ensinava a arte marcial até seu tempo era antiquado e não proporcionava sua completa compreensão, o que dificultaria ainda sua introdução como disciplina esportiva nos currículos escolares.
O mestre, como forma de facilitar o aprendizado das técnicas, introduiziu o conceito de kihon, uma técnica simples e isolada. Sobre o kata Channan, Itosu, porque o considerava muito complexo e difícil de ser aprendidos por crianças, principalmente, alterou alguns mocvimentos e o dividiu em sequências menores, criando a série Pinan. Procedimento similar aplicou ao kata Naihanchi, que passou a ser uma série de katas também. Em 1908, Itosu escreveu Todê jukun, os Dez Preceitos do Karatê.
Por suas palavras ele descrevia.

III CAMPEONATO NORTE-NORDESTE DE KARATÊ BUDÔ

quinta-feira, 14 de abril de 2011

DOKO-DÔ

Não considere nada como outra coisa. O que você chama de sonho é real para um guerreiro. Deve compreender que o guerreiro não é um tolo. Um guerreiro é um caçador imaculado que caça o poder, não é bêbado nem doido e não tem nem tempo nem vontade de fingir, mentir a si mesmo ou dar um passo errado . O jogo é muito caro para isso. Está arriscando sua própria vida ordenada, que ele levou tanto tempo para ajustar e aperfeiçoar. Não vai jogar tudo isso fora por cometer um engano de cálculo tolo, tomando uma coisa como outra.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Reflita…



” Passeando pelo campo com um de seus discípulos mais aplicados, um mestre zen percebeu uma raposa que perseguia ferozmente um coelho e o mestre zen disse para seu discípulo:

– Com certeza o coelho escapará da raposa!

E o discípulo, incrédulo, disse :

– Acho quase impossível, pois a raposa é muito mais forte, muito mais veloz, e muito mais feroz.

E o mestre acrescentou:

– Mas o coelho vai enganá-la e fugirá.

E o discípulo ao ver, incrédulo, que isso realmente acabou acontecendo, indagou:

– Por que o senhor tinha tanta certeza disto ?

O mestre respondeu:

– É muito simples e evidente, pois a raposa simplesmente corria atrás de sua refeição, enquanto o coelho corria para defender sua vida.

Não existe motivação maior neste mundo para querer vencer, se está em jogo o que você mais aprecia, sua própria sobrevivência… “

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Significado da faixa preta

O verdadeiro significado da faixa preta
Hidetaka Nishiyama
Na história européia e especialmente na história inglesa, um homem de grande valor e dignidade que se destacava tanto no campo de batalha como na sua vida social era premiado com o título de cavaleiro. Esta designacão implicava que seu portador era um homem de honra e que possuia uma grande habilidade de combate.
No Japão, este tipo de homem era denominado Samurai sendo objeto de grande atenção e respeito.
Nestas épocas, tanto a Inglaterra como o Japão se constituiam de estados feudais e tanto os cavaleiros como os Samurais eram resultado das condições sociais da eras em que viviam, situação que não existe hoje em dia, mas apesar disto, o desejo de alcançar um grande nível em uma arte marcial, na autodisciplina e na defesa pessoal ainda persiste.
Atualmente o homem se esforça em uma arte marcial tentando alcançar a faixa preta como resultado de aprendizado para lutar, embora na mesma medida em que progrida no treinamento se torna mais consciente de um forte impulso: o de moldar-se a si mesmo, tranformando-se em uma pessoa melhor, não somente possuidora de uma grande habilidade de combate mas também de dignidade e honra.
Tradicionalmente estes são sempre os objetivos de um estudante de artes marciais.
A faixa preta é uma recompensa outorgada ao cavaleiro atual, ao moderno samurai que sacrificou muitas horas disciplinando sua mente e fortalecendo seu corpo no intuito de alcançar o máximo de desenvolvimento físico e mental possíveis. A faixa preta assim, é um símbolo de perícia.
Inicialmente o sistema de grua foi estabelecido como uma série de níveis com os quais o estudante podia avaliar o seu progresso e a primeira faixa preta alcançada era conhecida como Shodan: primeiro grau ou passo inicial destes níveis.
O Shodan significa que o destudante domina os fundamentos da arte e está agora preparado para receber um treinamento mais avançado e se continuar praticando poderá alcançar outros Dans indicativos de progresso.
Esta escala de valores tem provado a sua eficácia como grande motivador do estudante, mas também tem originado alguns problemas.
Em primeiro lugar existe internacionalmente uma grande disparidade de critérios. Um sistema de graduação universal deveria ser normatizado da mesma forma que um centímetro é igual a outro em qualquer lugar do mundo.
É preciso também compreender que esta escala de valores consiste em examinar as reações humanas, e devido as diferenças existentes em cada pessoa é difícil estabelecer regras únicas.
O Judo e o Kendo tem suas regras internacionais para avaliar, e isto se deve ao fato de suas origens são exclusivamente japonesas e estas regras nasceram junto com cada uma destas artes marciais.
O Karate ao contrário tem várias escolas diferentes, cada uma das quais possuem suas particularidades e seus sistemas de exame separados.
Quando o karate alcançou uma dimensão internacional, vários paísesreceberam estilos diferentes cada um deles com suas prórpias regras e isto permitiu que indivíduos sem escrúpulos criassem suas próprias organizações outorgando a faixa preta a estudantes não qualificados que por sua vez decidiram abrir suas prórpias escolas e entregar suas próprias faixas pretas ao mesmo tempo que buscavam promover-se para obter benefícios econômicos.
O resultado final é que muitas faixas pretas constituem um mau exemplo e produzem uma má imagem do karate.
Muitas pessoas dizem que como existem as casas de câmbio para as trocas de moedas, deveriam haver centros de reavaliação onde os faixas pretas pudessem ser reavaliados, embora a lista dos candidatos alcançasse a grossura de uma lista telefônica.
O público não é consciente das diferenças entre os sistemas diferentes do graduação e as pessoas podem ser enganadas nos clubes que se outorgam faixas pretas rapido em um curo período de tempo de treinamento com nítidos objetivos comerciais, atitude perigosa tanto para o estudante como para a qualidade do ensino como um todo da arte marcial.
Em um clube sério, a faixa preta se alcança após 3 a 5 anos de treinamento assíduo e duro sob uma orientação competente.
Cada karateca deveria saber que a faixa preta não é sinônimo de um prêmio, mas um objetivo e um símbolo da realização de um grande esforço dentro de um sistema de graduação de máxima qualidade da qual se beneficia o estudante de karate em geral.
Esta interpretação dos Dans deveria inspirar um sentimento de orgulho a quem recebe um DAN através de um treinamento rigoroso.
Os cavaleiros e os Samurais de antigamente evitavam a todo custo os atos que pudessem ofuscar o juízo de sua honra. Será que os Faixas pretas modernos poderiam ter uma atitude diferente?

Reigi saho – etiqueta , decôro e conduta

A primeira vista um leigo irá pensar que é muita coisa em que prestar atenção, mas com o tempo verifica-se que tudo isto é apenas uma questão de boa-educação.
O Karatê é Budô:
1. Sempre que seu Sensei estiver dando uma explicação, olhe para ele o tempo todo. A menos que ele mande olhar em uma outra direção, permaneça olhando para ele.
2. Não se distraia, não converse com outro aluno, não tente fazer o movimento antes que ele dê o sinal de início.
3. Quando o Sensei começar a falar alguma coisa, pare imediatamente de fazer o que quer que você está fazendo e escute.
4. No Dojô paredes são nuas, brancas, ostentando no centro da parede, a nascente, os símbolos do Budo (O Espírito das Artes Marciais): uma foto do Shihan (Mestre fundador), a quem o Karate deve a sua existência; uma katana (sabre Samurai); um “kakemono” (pintura japonesa que se enrola em bambú), e um quadro, contendo as cinco máximas, os regulamentos ou mandamentos do Dojo: o “Dojo Kun”,.
5. Nos verdadeiros dojôs de karatê, os atletas falam muito pouco e treinam bastante. Esporadicamente o Sensei dá explicações formais sobre algum assunto que não esteja a seu contento, assim quando o Sensei fala alguma coisa todos o ouvem com muita atenção.
6. Faz parte do treinamento de Karatê: ao ouvir o “Yame”, parar imediatamente o que estiver fazendo e ouvir as instruções. Não permita que seu ego inchado considere que o que você está fazendo é mais importante que o assunto para o qual o Sensei lhe chama.
7. Ao cumprimentar em pé (hitsurei), colocar os pés juntos e as mãos ao lado (homens) ou à frente das coxas (mulheres) com os dedos juntos e dobrar a coluna no máximo 45 graus olhando para os pés da pessoa cumprimentada, num tempo aproximado de 5 segundos e depois voltar a posição normal.
8. Ao efetuar o cumprimento demonstre claramente que você tem pressa em demonstrar seus respeitos (curve-se rápido), mas não tem pressa em parar de demonstrá-lo (retorne a posição de forma bem lenta).
9. A distância entre você e quem você cumprimenta deve ser de 3 a 5 passos, olhe para o chão, nunca para o rosto de alguém de hierarquia superior.
10. Não estabeleça contato físico com alguém de hierarquia maior que a sua, a não ser que ele inicie o contato, por exemplo: aperto de mãos, abraços etc.
11. No cumprimento, você deve se abaixar primeiro que seu superior e retornar depois dele. Não se esqueça que a espiga de milho quanto mais madura, mais abaixa a cabeça, nem das salas de chá japonesas (chanoyu)onde todos tem que se abaixar para entrar, em razão da soleira ser bem baixa.
12. Ao iniciar o treinamento com um parceiro cumprimentar e depois dizer: onegai- shimasu (por-favor, me conceda esse favor)ao terminar, cumprimente novamente e diga: domo arigato gozaimashita (muito obrigado).
13. Quando estiver conversando ou ouvindo alguma explanação por parte de alguém que seja superior hierarquicamente a você, coloque-se de maneira respeitosa:
- fique com os pés apoiados por igual, não coloque o peso do corpo em cima de uma perna ou outra, não fique trocando de posição;
- não coloque as mãos nos bolsos, na cintura nem fique estalando os dedos;
- não se encoste em paredes ou soleiras de portas;
- nunca fique num plano superior ao dele;
- mantenha os braços soltos ao longo do corpo ou cruze as mãos na frente do corpo ou atrás na posição de garçom;
- não fique olhando em volta, prestando atenção em quem entra ou sai;
- ao escutar… Faça apenas isso… Escute e aprenda.
14. Quando em trajeto (deslocamento a pé) não é educado permitir que um graduado carregue malas, embrulhos ou bolsas, ofereça-se imediatamente para carregar seus pertences, mesmo que ele não queira aceitar, insista que ele acabará deixando. A recusa de ajuda é uma praxe no reigi.
15. O aluno mais antigo (senpai) deverá andar à sua esquerda, ligeiramente atrás de seus passos, o segundo mais antigo deverá andar à direita e, o menos graduado deverá andar na frente, afinal o maior perigo sempre é aquele que vem pelas costas de onde não estamos preparados, por isso os mais graduados sempre devem andar um pouco mais para trás. Somente passe a sua frente para abrir a porta de um carro ou porta de algum lugar.
16. Enquanto em deslocamento, não permitir que outras pessoas estranhas ao grupo interfiram entre o graduado e seus acompanhantes, seja quando eles estiverem andando, parados ou conversando em grupo.
17. Nunca perguntar ou acrescentar alguma coisa sobre o assunto que eles estiverem conversando, mesmo que você tenha conhecimento de causa. Somente responder quando for perguntado e, mesmo assim de forma sucinta e econômica.
18. Nunca tente demonstrar erudição, conhecimento ou inteligência, continue se esforçando até que um dia você também será um mestre e terá oportunidade de demonstrar seus conhecimentos.
19. Comporte-se adequadamente, pois se você ferir o sutil código de etiqueta, decôro e conduta, quem passará vergonha é seu Sensei, que não soube te ensinar corretamente como se comportar.
20. Acostume-se a efetuar o gesto formal de cumprimento (abaixar a cabeça) ao entrar e sair do Dojô (local de treinamento), ao encontrar o seu Sensei (ou qualquer aluno mais graduado que você) ou quando quiser lhe dirigir a palavra.
21. A disciplina e a reverência sempre foram uma tônica nas artes marciais japonesas.
22. A reverência não é efetuada, especificamente, para a pessoa do Sensei, mas para o que ele representa.
23. Ao entrar no Dojô, coloque sempre os chinelos ou sandálias com as pontas nitidamente, apontadas para a parede. O relaxamento com as pequenas coisas demonstra uma mente descuidada e indisciplinada. É nas pequenas demonstrações de etiqueta que se conhece a verdadeira escola de karate tradicional e, não um amontoado de pessoas truculentas praticando violência gratuita e sem objetivo.
24. Nunca arrume seu kimono ou faixa de frente para o Sensei, para o Tokonoma (uma espécie de altar), para a imagem ou qualquer outra representação de qualquer um dos patriarcas e ancestrais do karate.
25. Este ato, em princípio despretensioso, demonstra grande falta de respeito e desconhecimento da tradição marcial japonesa. Quando um praticante de karate se compõe (se arruma) ou se penteia de frente para o Sensei, deixa claro que se considera um igual, do mesmo nível e com o mesmo conhecimento que ele.
26. Quando isso acontece à frente do Tokonoma ou o retrato do Mestre, demonstra não conhecer nem respeitar o que eles representam.
27. Todas as vezes que algum aluno chegar atrasado no Dojô ou depois da aula já ter começado, rege a etiqueta que o aluno deve cumprimentar primeiramente o Tokonoma assim que entrar no Dojô. Deve se encaminhar para a parte da frente da turma, nunca passando pela frente da turma ou entre o Sensei e o Tokonoma e se colocar em pé ou em seiza ao lado do primeiro aluno da primera fila e ficar olhando para o Sensei, esperando que ele o veja, lhe cumprimente e lhe conceda permissão para treinar, após o que você pode se aquecer.
28. Assim que houver uma primeira pausa você deverá entrar no final da turma ou, se o Sensei lhe disser, entrar no lugar que sua graduação requer.
29. Ao chegar, deve o aluno cumprimentar o Tokonoma, entrando pelo lado da porta que fica mais longe do altar, no caso de ser uma porta frontal, entrar com o pé esquerdo.
30. Sempre que for entrar no Dojô deve, colocar um pé e depois o outro, até que um pé fique encostado no outro e efetuar um cumprimento, não é necessário falar a palavra “oss”.
31. No caso desse aluno que chegou atrasado ser um faixa preta formado pelo Sensei daquele Dojô, não é necessário ficar em pé ou em seiza, esperando a autorização do Sensei para começar a treinar, esse aluno já tem prévia autorização para chegar atrasado, entende-se que ele tenha uma espécie de “reconhecimento marcial” inclusive, se a aula for apenas de iniciantes, ele também tem autorização prévia para ficar afastado treinando o que achar mais conveniente, até que o Sensei lhe diga o que treinar.
32. Não mostre a sola dos pés descalços ou não, para o Sensei, para o altar dos ancestrais (butsudan) ou para qualquer retrato dos ancestrais ou patriarcas. Os japoneses e chineses consideram os pés sujos e impuros (por estarem em contato com o chão), deste modo, este ato é tido como grande falta de respeito e educação. Uma das primeiras alterações que a china efetuou na prática budista foi a de não se sentar diretamente no chão, como faziam os indús e, sim sobre um acolchoado, por considerarem os pés sujos.
33. Evite, (ainda que se saiba da curiosidade presente na nossa sociedade ocidental) fazer qualquer tipo de perguntas que não se façam absolutamente necessárias, seja no decorrer da aula ou fora dela. O Sensei sabe exatamente quais informações deve prestar, quando prestar e para qual aluno. Lembre-se na prática do karate: “não há nada escondido que não lhe seja mostrado nem nada oculto que não lhe seja revelado”.
34. Dirija-se ao Sensei sempre de maneira educada e respeitosa.
35. Todo o seu avanço na prática do karate deve-se a seus ensinamentos.
36. O Sensei tem por objetivo maior ensinar ao aluno disciplina marcial, segundo os princípios e ditames da filosofia zen, tornando-o apto a ser uma pessoa de bem, dotada de capacidade de direção, comando, coordenação, controle e capacidade de decisão.
37. A prática do karate deve sempre ser efetuada com um espírito ishinryu mushotoku (sem almejar resultados, com a mente livre de objetivos que não sejam puramente a prática pela prática).
38. A formalidade do aluno dentro do local de prática (Dojô) lhe permite conservar a harmonia e a tranquilidade em todos os momentos e situações da vida.
39. Durante a prática do karate o discípulo é condicionado a comportamentos e posturas enérgicas e firmes, porém com gentileza, educação e disciplina, como cabe a cidadãos educados. Dai a importância do respeito no trato com o Sensei e seus colegas de prática.
40. Através da ritualística e da etiqueta, sem perceber o praticante é treinado para o “modus educandus” e as formalidades indispensáveis às pessoas que vivem em sociedade.
41. No reigi saho percebe-se claramente que o mais importante da prática não é chegar a algum lugar, ser melhor, mais competente ou sair-se vitorioso em campeonatos ou torneios, mas descobrir o potencial individual, a energia latente e a natureza divina que habita todos os seres vivos.
42. É o reigi saho o bridão que segura nossas emoções externas;
. Que organiza a hierarquia dos praticantes;
. A competência funcional;
. Que não permite o deslize, a arrogância e a grosseria;
. Que preserva a tradição e a mantém com o passar dos anos.
. É ele que produz para a comunidade e, naturalmente para a sociedade um homem educado, competente e produtivo.
42. A prática do karate deve ser entendida e praticada como um ato quase que sagrado, cada aula que se encerra nos coloca um pouco mais próximos do fim do caminho.
43. A apresentação pessoal deve ser como a de quem se encontra indo a um lugar de cerimônia, por isso, sempre que possível: apresente-se: de banho tomado, de barba feita, com a roupa de prática limpa e passada, com os cabelos penteados, com as unhas limpas e aparadas (pés e mãos) sem o uso de maquiagem, perfumes fortes e desodorantes de odor doce, dentes limpos, sem adereços ou enfeites barulhentos de qualquer tipo (brincos, pulseiras, anéis, cordões, gargantilhas etc.).
44. Participe das atividades externas desenvolvidas pela instituição em que você pratica, pois elas são importantes para o convívio da comunidade e foram desenvolvidas ao longo dos séculos para ajudar no seu desenvolvimento.
45. Não se prenda as suas opiniões. Não discuta sua visão particular com os outros.
46. Defender suas opiniões é destruir sua prática.
47. Não vá onde não deve.
48. Não escute conversa alheia.
49. Não reproduza a maldade da ganância da raiva ou ignorância.
50. Sempre aja em grupo. Não tente se sobressair agindo de maneira diferente.
51. No Dojô caminhe lentamente, não atrapalhe os que estão treinando.
52. Faça os movimentos corretos, não invente nada.
53. Não fale nem ria alto no Dojô.
54. Tenha paciência com os mais velhos.
55. Tenha o dobro de paciência com os mais jovens.
56. Seja hospitaleiro com as visitas. Faça-as sentirem-se bem vindas, atenda as suas necessidades.
57. Quando Senseis graduados visitarem o Dojô, cumprimente-os educadamente e se coloque a disposição do seu mestre.
58. Converse sempre com consideração e respeito.
59. Seja cortês, deixe as visitas passarem primeiro.
60. Ajude aos iniciantes.
61. Endureça o treino com os mais antigos.
62. Não seja farsante.
63. Não faça fofoca.
64. Não se prenda ao kamae escrituras.
65. Não seja preguiçoso.
66. Não seja frívolo.
67. Não discuta com as visitas aspectos irrelevantes internos do Dojô.
68. Ter desejos demais destroem sua prática.
69. Não se iluda pensando ser uma pessoa grandiosa e livre.
70. Cuide de si mesmo, não se preocupe com os outros.
71. Treine para você e não para agradar aos que estão olhando.
72. Não julgue os outros.
73. Sempre fale educadamente.
74. Não utilize linguagem vulgar.
75. Não minta.
76. Não exagere, ao contar fatos.
77. Não represente você não é ator de novela nem político, você é um praticante de karate.
78. Não procure confusão.
79. Se você perceber dois praticantes discutindo não atice com palavras, não tome partido, fale gentilmente para acalmar os ânimos.
80. Durante a prática do Kata faça como os outros, não tente aparecer nem se destacar.
81. Perceba o verdadeiro significado da prática de Kata.
82. Quando ouvir as preleções do seu Sensei, mantenha a mente clara. Não se apegue às palavras. Destrua o pensamento conceitual e capte o verdadeiro objetivo do ensinamento.
83. Não pense que já entendeu e não precisa mais escutar essas palestras.
84. Se você tem alguma pergunta, faça-a na hora certa.
85. O Sensei representa uma linhagem de séculos, merece respeito. Respeite o Sensei não como pessoa, mas como um digno sucessor do legado do karate.
86. Se uma serpente bebe água, a água se torna veneno. Se uma vaca bebe água, a água se torna leite. Você treina karate, no que ele vai se transformar?
Caso você venha a ser convidado a jantar na casa de um japonês, essas são as regras gerais para não envergonhar seu anfitrião e a você mesmo:
. Guardanapos não são utilizados durante as refeições. Toalhas quentes são passadas para os convidados para limpar as mãos. Alguns homens limpam o rosto. Isso não é permitido para as mulheres.
. O saquê, forte vinho de arroz, é servido antes da refeição. É servido em um minúsculo cálice de cerâmica que deve ser segurado pela mão direita e apoiado na mão esquerda. Demonstre polidez enchendo o cálice dos vizinhos.
Cada convidado recebe uma bandeja com uma tigela de arroz no lado esquerdo e no lado direito uma de sopa (ambas tampadas) e um prato para entrada na parte superior. Tire a cobertura da tigela da esquerda para direita. Os pratos devem permanecer na travessa a menos que você os retire para comer o que contêm.
. Comece sempre com a sopa, levando-a até a boca para sorver uma porção, não se preocupe em fazer barulho, eles normalmente o fazem. Pegue os conteúdos de dentro da sopa com os palitinhos (hashi), não são fornecidas colheres para a sopa.
. Em seguida traga a tigela de arroz até a boca e coma uma porção pequena. A tigela de arroz deve permanecer em sua mão (do começo ao fim) enquanto durar a refeição. Deixe-a descansar apenas para tomar a sopa. O arroz e a sopa são consumidos até o fim da refeição.
Todos os alimentos devem ser consumidos pausadamente para que todos terminem ao mesmo tempo, nunca acabe antes ou depois da maioria.
. Sempre deixe um pouco de arroz na tigela antes de colocar mais. Você deverá comer pelo menos duas tigelas de arroz durante uma refeição, não é educado comer menos ou mais.
. Ao comer talharim, é de bom-tom engoli-lo enquanto sorve o ar, fazer barulho é sinal de que você está gostando da comida.
. Se o anfitrião passar-lhe uma bandeja, coloque sua tigela nela para ser cheia. Reserve os picles para o final da refeição. Recoloque as tampas sobre as tigelas ao terminar a refeição. Nunca se sabe quando seremos convidados para almoçar ou jantar na casa ou num restaurante com uma autoridade japonesa, deste modo é sempre bom sabermos um pouco da etiqueta.
Obs.: sempre coma algo em casa antes, pois não é bonito comer muito.

CBKB


Data de evnetos da CBKB:
DATA                             EVENTOS                                                                    LOCAL
13/05/2011   CURSO CONTINENTAL DE ÀRBITROS                                  TERESINA – PI
14 e 15/05/2011  III CAMPEONATO NORTE NORDESTE DE KARATE BUDÔ        TERESINA – PI
1,2 e 3/07/2011        MUNDIAL DE SENIORES                                        SÌCILIA – ITÁLIA
JULHO                EXAME DE PROMOÇÃO À FAIXA PRETA                        TERESINA – PI
11 a 13/11/2011      III CAMPEONATO BRASILEIRO DE KARATE BUDÔ       NATAL - RN


Com imensa tristeza que temos de anunciar a grande família da WUKO a morte do nosso presidente honorário Shihan Eiji Ogasahara, 9º Dan, um dos maiores mestres do mundo. Nós reunir em torno de sua família com carinho para estar perto deles neste perda muito séria. Sua morte deixa um vazio enorme no mundo do Karate, mas ele nunca vai deixar nossos corações, que vai encontrar a verdadeira porta.

CBKB

A CBKB parabeniza o Shihan  Marcos Antônio C. dos Santos, Presidente da Federação Paraibana de Karate Budô pelo excelente trabalho que está desenvolvendo no estado da Paraíba e na oportunidade parabenizar também os aprovados no último exame realizado no dia 30 e 31 de Janeiro de 2011, conforme relação dos aprovados abaixo: 
REG.   NOME
0166   CÉZAR DIAS DO NASCIMENTO FLIHO1º DAN SHOTOKAN
0167   JOACIR DOS BARBOSA1º DAN SHOTOKAN
0168   ALINE APOLIANA DA SILVA1º DAN SHOTOKAN
0169   ANA RAQUEL DE MELO CALAÇA1º DAN SHOTOKAN

quarta-feira, 6 de abril de 2011

SAMURAI

Samurai
A história dos Samurais

Redação Niten

Honra. Justiça. Perfeição. Lealdade.
Estas são algumas das palavras associadas aos Samurais, a classe guerreira do Japão feudal e até hoje, sua influência é sentida no modo de viver e de pensar do povo japonês.

Os samurais surgiram, como classe guerreira, na época feudal do Japão e dominaram
Os Samurais Modernos são pessoas que, nos dias de hoje, aplicam o BUSHIDO e praticam as artes da espada
o país por quase oito séculos (século VIII ao XIX). Ser um samurai era um prestígio social, uma vez que a classe guerreira ocupava os mais altos cargos dentro da ditadura militar nipônica, chamada de Xogunato ou Bakufu.

Inicialmente, a função do samurai era apenas coletar impostos e servir ao Império. A partir do século X, a figura do samurai toma forma e ganha uma série de funções militares, alcançando seu ápice no século XVII.

Os estilos marciais criados pelos Samurais hoje são chamados de Kobudo (古武道).. Era por meio da prática destes estilos que o samurai aperfeiçoava suas técnicas, fortalecia seu espírito e visava seu aprimoramento, com a auto-disciplina e o auto-controle. Mas o que tornou esse guerreiro único foi o seu famoso código de honra e conduta, o Bushido. Além da filosofia assimilada pelos samurais, o Bushido trazia preceitos para o comportamento correto diante de todas as situações.

"Aquele que serve"
Samurai (kanji: 侍) significa literalmente "aquele que serve", herança de quando eram subordinados diretamente ao imperador. Outro termo muito usado para se referir aos samurais é Bushi (武士), que significa literalmente "guerreiro". É a raiz da palavra Bushido (武士道), ou "Caminho do Guerreiro".

Os últimos Samurais
Em 1868, com a Restauração Meiji, a classe samurai foi abolida e estabeleceu-se um exército nacional ao estilo ocidental. Mesmo com essas reformas, o samurai não deixou morrer a sua tradição. As artes com a espada criadas na época feudal foram cultivadas e passadas de geração em geração até os dias atuais. E o Bushido sobreviveu em sua forma mais pura dentro dos dojos de Kobudo.

Atualmente as artes dos antigos samurais são praticadas com o objetivo de ajudar as pessoas a superar obstáculos no seu dia-a-dia e adquirir tranqüilidade, controle, disciplina e auto-confiança.

Os Samurais Modernos são, portanto, pessoas que aplicam a filosofia do Bushido nos dias de hoje e praticam as artes da espada, mantendo viva uma tradição de 800 anos.